A Polícia Civil do Estado da Bahia cumpriu 22 mandados de prisões preventivas, incluindo cinco policiais militares, além de 30 mandados de busca e apreensão e seis medidas cautelares diversas da prisão, durante a Operação Falsas Promessas 2, deflagrada na manhã desta quarta-feira (9). A ofensiva tem como alvo uma organização criminosa especializada em rifas ilegais e lavagem de dinheiro.

Entre os presos estão quatro investigados identificados como lideranças da organização criminosa, localizados nos municípios de Vera Cruz, Juazeiro e na Região Metropolitana de Salvador, além de um integrante capturado no estado de São Paulo. Eles exerciam papel central no planejamento e coordenação das atividades ilícitas do grupo em diferentes áreas.

Segundo informações da Operação Falsas Promessas, entre os presos estão influenciadores digitais com grande alcance nas plataformas, como Franklin Reis, Ramhon Dias, o casal José Roberto Santos (Nanam Premiações) e Gabriela Silva (Gaby Silva), além do policial militar Lázaro Andrade, conhecido como Alexandre Tchaca.

De acordo com as investigações, os suspeitos promoviam sorteios com prêmios de alto valor, como carros de luxo, mas os resultados eram manipulados para beneficiar integrantes da organização. O grupo utilizava empresas de fachada e terceiros para ocultar a origem dos valores arrecadados ilegalmente.

A polícia aponta que o casal Nanam Premiações e Gaby Silva liderava o esquema. Juntos, os dois acumulam mais de 250 mil seguidores em uma das redes sociais. Eles foram localizados em um condomínio de luxo na Estrada do Coco, na Região Metropolitana de Salvador.

Outro investigado, Ramhon Dias, possui mais de 420 mil seguidores e se apresenta como empresário e “máquina de prêmios”. Ele já era alvo de investigações desde 2023 por suspeitas de lavagem de dinheiro, envolvimento com jogos de azar e participação em organização criminosa. Na época, chegou a se pronunciar nas redes sociais, afirmando ser vítima de perseguição.

Franklin Reis, conhecido por interpretar os personagens Neka e Abias, também está entre os presos. O influenciador, que soma mais de 690 mil seguidores, já havia sido vítima de sequestro em 2023, quando foi forçado a realizar transferências bancárias para criminosos.

O policial militar Lázaro Andrade, ou Alexandre Tchaca, é outro nome conhecido nas redes. Ele tem 169 mil seguidores e comandava um podcast policial. Candidato a vereador em 2024, não foi eleito. Em vídeo recente, afirmou estar sendo alvo de uma armação e prometeu revelar nomes, caso a situação se agravasse. Segundo a Polícia Militar, ele e outros oito policiais tiveram mandados de prisão decretados — três ainda são considerados foragidos.

Também foi preso o influenciador Josemário Lins, localizado em Juazeiro, no norte do estado. Com mais de 650 mil seguidores, ele se apresentava como “empreendedor” e divulgava prêmios e viagens de luxo nas redes sociais.

O grupo atuava principalmente em Salvador e Região Metropolitana, além de cidades como São Felipe, Vera Cruz, Nazaré e Juazeiro. Segundo a polícia, os envolvidos montaram uma estrutura complexa de transações financeiras, com participação ativa de policiais militares e ex-PMs, que ofereciam proteção e informações privilegiadas ao grupo criminoso.

Durante a operação, foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão e seis medidas cautelares. A Justiça autorizou o bloqueio de até R$ 10 milhões por CPF ou CNPJ, totalizando R$ 680 milhões em bens e valores congelados. Veículos de luxo, relógios, dinheiro, celulares e notebooks foram apreendidos.

A ação foi coordenada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), e ocorreu na capital baiana, região metropolitana, interior do estado e também em São Paulo. As investigações continuam em andamento.

Informações Alô Juca